sexta-feira, 15 de agosto de 2014

Re(habilitar): o profissional também tem que ser "especial"!

Sei que pode parecer assunto batido, mas aos marinheiros de início de viagem: "navegar é preciso", Re (habilitação) é preciso. Iniciar as buscas por avaliação e possíveis terapias, seja ela qual for, o mais breve possível.  "Tempo é ouro". O desenvolvimento neurológico da criança está em pleno auge e quanto mais cedo as intervenções e estímulos,  mais ganhos a criança terá.  De início você precisa ter como referência um pediatra sensível à importância de um acompanhamento multidisciplinar,  melhor ainda se for interdisciplinar. Profissional centralizador não cabe. Cada um tem seu papel na história de vida de cada criança,  cada história é singular,  assim como cada profissional tem uma função singular.  E acima de tudo o profissional precisa trabalhar de forma leve e que passe segurança à família.  Esse momento é de busca para a criança,  mas os pais precisam de suporte, precisam de alguém que escute suas ansiedades e medos, pois eles são muitos. Muitos profissionais precisarão entrar em cena possivelmente: terapeutas ocupacionais,  fisioterapeutas, fonoaudiólogos, entre outros alternativos. Esses profissionais precisam ser habilitados e especialistas em desenvolvimento infantil,  pois uma ação precisa  e habilidosa é crucial. Estão em jogo o prognóstico da criança,  esse é o tempo de estimulos precisos e direcionados para o alcance das melhores habilidades da criança e a saúde emocional da família. Esses profissionais precisam estar aptos a lidar com o processo de luto que está a se vivenciar.  Entender que nesse percurso poderá haver superproteção sim à criança,  dificuldades na execução das orientações terapêuticas em casa (por inúmeros e singulares motivos), boicotes ao tratamento,  entre outras questões.  O sujeito é  um ser biopsicossocial, e isso é complexo. Até que as coisas se ajustem, pode haver um percurso longo e árduo por parte da família,  que está ae adaptando à nova situação,  como também para o profissional que estará a aprender na prática que a realidade é bem diferente da que são aprendidas com os livros. É um momento riquíssimo, pois existe uma adaptação mútua entre família e terapeuta (e pode também não haver,  isso é possível e natural), como também cada caso é uma oportunidade única de aprendizagem do profissional,  que precisa adaptar seu conhecimento a cada realidade que se depara. Sem radicalismos, sem condutas finalizantes, determinantes ou segmentadoras do sujeito e da família a qual atende.  Sim, da família a qual atende.  Ele precisa estar consciente que sua ação é com a família inteira: acolhendo, orientando, às vezes dando limites de forma serena e sábia,  por outras finalizando um ciclo e repassando o cliente a outro profissional ( não se escandalize, acredite que isso pode ser muito benefício e terapêutico sim). Enfim, esse processo para ser produtivo precisa ser de crescimento para todas as partes, precisa ser lindo em sua essência e maturante para todos.

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